O jeito de caminhar.
O corte de cabelo.
Talvez, a forma como conduz a dança.
Ou o sorriso espontâneo?
Será o jeito de contar histórias?
Muitos aspectos físicos chamam a atenção na hora de nos aproximar de alguém e quem sabe despertar um afeto. Mas pra que isso aconteça é preciso um olhar atento e um coração aberto.
O talvez sempre pode se tornar possibilidade. Mas quem é do signo de virgem vai me entender. Organização é o lema da vida de um virginiano e deparar-se com o inesperado só contribui para aumentar a bagunça interna de sua mente.
E o virginiano quer tudo bem planejado, eu bem sei. Porém, nem tudo pode ser controlado e listado em um postite, né verdade? O novo sempre aparece e os imprevistos acontecem o tempo todo, e o coração do virginiano precisa se preparar pra isso.
O instante, as situações inesperadas podem despertar uma paixão, porque não? Pra isso, basta a gente dar uma oportunidade ao acaso.
“Tudo o que fazemos visa consciente ou inconscientemente a nos fazer felizes nos amplos aspectos da vida: ter segurança, superar a solidão, ser tranquilo, ter amigos e, principalmente, expandir o prazer de viver”, enfatiza o psicoterapeuta Augusto Cury, no livro Treinando a Emoção para ser feliz.
O cupido, que age pelo acaso, até colabora para o começo de um romance. Porém, com o passar do tempo e a convivência, você entende que pra alguém permanecer é preciso que saiba lhe diferenciar no meio da multidão. Seja pelo jeito de caminhar ou pelo corte de cabelo; talvez, pela forma como conduz a dança ou o sorriso espontâneo; seja pelo jeito de contar histórias?
Você já se perguntou o que te diferencia no meio da multidão? O que chamou a atenção do seu parceiro ou parceira?
O ser humano nunca vai ser igual ao outro. Percebemos isso logo de cara, na nossa família. Os nossos irmãos, mesmo quando são filhos do mesmo pai e da mesma mãe, podem até ter características físicas semelhantes, mas as personalidades são completamente diferentes.
Sempre acreditei que o diferente chama a atenção. E cresci querendo ser fora dos padrões. Ter personalidade própria, estilo, tomar minhas próprias decisões e, sobretudo, ser independente. É uma luta, constante, porque a sociedade cobra demais, principalmente das mulheres, impõe padrões e tendências de acordo com a “modinha do momento”.
Mas aí, onde fica a nossa liberdade?
Diversos filósofos estudaram e publicaram suas obras sobre a liberdade. Marx, Sartre, Descartes, Kant e outros. Para Descartes a liberdade é motivada pela decisão do próprio indivíduo, mas muitas vezes essa vontade depende de outros fatores, como dinheiro ou bens materiais.
“[…] Age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas que precedem a escolha”, considerou Descartes.
Segundo Kant, liberdade está relacionado com autonomia. “É o direito do indivíduo de dar suas próprias regras, que devem ser seguidas racionalmente”. Para Karl Marx, a liberdade humana é como “a constante criação prática pelos indivíduos de circunstâncias objetivas nas quais despontam suas faculdades, sentidos e aptidões artísticas, sensórias, teóricas”. Já Jean-Paul Sartre, “[…] o homem é absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo”.
Isso mesmo, somos livres para viver e seguir caminhos. Precisamos aprender a construir uma vida feliz e gratificante. E pra isso, não importa o estado civil. Sozinho ou acompanhado, o importante é que a gente saiba aproveitar cada momento da vida. Afinal, felicidade se conquista.
No livro, A Conquista da Felicidade, de Bertrand Russel, o escritor diz que a felicidade é algo que se cultiva, constrói, semeia, depende de método. Quem se recolhe demais, encolhe. Segundo Russel, “O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reações em relação às coisas e às pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser […]”.
Portanto, que você saiba ser você no meio da multidão, sem esperar ser olhado ou escolhido. Espero que seja você o selecionador, aquele que vai escolher quem vai percorrer a vida ao seu lado ou seguir em frente, mesmo sozinho, porque não?
Afinal, “a mente e a alma têm seus próprios ciclos e estações que percorrem diferentes estados de atividade e de solidão, de procurar e encontrar; de descansar; de pertencer; e, inclusive, de desaparecer” (disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br//bem-estar). É preciso apenas estar pronto para viver cada fase e ser destaque pra si mesmo, no meio da multidão.
*imagem: Brian Merrill por Pixabay